terça-feira, 25 de outubro de 2016

Éden

"Éden", de Bruno Safadi (2012) Vencedor do Prêmio de melhor atriz no Festival do Rio 2012 para Leandra Leal, "Éden"tem outra brilhante performance que é a de João Miguel, no papel do Pastor Naldo. Karine ( Leandra Leal) é uma mulher de 30 anos, moradora da baixada carioca e que namora um gerente de boca de fumo ( André Ramiro). Karine fica grávida, porém o marido é morto. O irmão de Karine, Wagner ( Julio Andrade) a leva até o Pastor Naldo, que resolve se aproveitar da dôr de Karine para expandir os seus domínios na Igreja e arregimentar mais fiéis para a sua igreja, através da Campanha das famílias sem pais, vitimas da violência. Com uma bela fotografia de Lula Carvalho, que acentua a claustrofobia da personagem de Leandra Leal, que se sente sufocada entre a pressão da violência e a pressão do Pastor, se utilizando de tons escuros e expressionistas que lembram bastante a estética de "Repulsa ao sexo" de Polansky e outros filmes de vanguarda tchecos dos anos 60. O filme tem um ritmo bem lento, e usa bastante da alegoria, marca registrada de seu Diretor, Bruno Safadi, que também dirigiu "O prefeito"e "Meu nome é DIndi". Bruno foi assistente de direção entre outros de Julio Bressane, o que explica a sua influência do cinema marginal, liberto de amarras da narrativa cinematográfica. O grande trunfo do filme são as perfomances da dupla principal, Leandra e João Miguel, e o apoio luxuoso de Julio Andrade, Cristina Lago e João Pedro Zappa. O filme tem uma cena antológica: Leandra cantando "True", do Spandau Ballet, no Karaokê.

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