sábado, 8 de outubro de 2016

Mistério da costa Chanel

"Mistério na costa Chanel", de Bruno Dumont (2016) Quem acompanha a carreira do cineasta francês Bruno Dumont, sabe que ele é chegado em filmes pesados, muitas vezes vinculados a violência e sexo explícito. Agora com "Mistério na costa Chanel", Bruno Dumont se rende de vez à comédia, iniciada com o longa anterior "Lil'Quinquin". Mas é bom frizar que uma comédia de Bruno Dumont, difere bastante de uma comédia tradicional. O humor negro impera, e ainda assim, existem resquícios de violência bruta. Exibido em Cannes 2016, o filme dividiu a crítica. Uns consideraram uma obra-prima, outros torceram o nariz. O motivo de tanta discórdia? A história maluca, povoada de tipos excêntricos, como que extraídos de um cartoon. O elenco em peso constrói personagens caricatos, e atuando no ápice do overacting. Tenho que confessar: ficou estranhíssimo, incomoda e no final, a gente não sabe direito se achou ousado ou se achou tudo ruim. Uma coisa é fato: Dumont, que escreveu o roteiro, não se rendeu a opinião de ninguém e fez o filme de sua cabeça. Em 1910, na região do Norte da França chamada Baía Slack, famílias burguesas passam o verão em suas mansões de praia. Uma das famílias é a família Petheghem: Juliette BInoche, cuja filha é um garoto que se acha garota; Valeria Tedesco, e Fabricio Luchini. Do outro lado, existe uma família pobre de barqueiros, que ganham dinheiro atravessando turistas de barco. Detalhe: a família é canibal e mata os turistas. Uma dupla de policiais é convocada para investigar o sumiço das pessoas. O estranho é que os policiais são retratados como Stan Laurel e Oliver Hardy, o Gordo e o magro. É muito difícil descrever o tanto de bizarrices que acontece no filme. Talvez eu possa dizer que vários personagens levitam, e um deles infla e vira um balão. Dumont sempre foi um cineasta controverso, mas aqui ele extrapola. É questão de amar ou adiar. E sério, será a primeira e última vez que você verá Juliette Binoche mega exagerada.

Um comentário:

  1. Eu adorei!!! Achei muito boa a vida dada aos personagens por todo o elenco. Cada um soube cumprir exatamente o que era esperado de seu personagem " caricatura ". Juliete está hilariante como jamais a vi. O humor negro, algo paspalhao, inverossímil e bizarro me arrancou risadas subitas e espontâneas...mas há de se ter estômago pra algumas cenas bizarras e absurdas! 😂😂😂

    ResponderExcluir