sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Aloys

"Aloys", de Tobias Nölle (2016) Escrito e dirigido pelo Suíço Tobias Nölle, é o seu filme de estréia, que remete bastante ao Islandês "Desajustados"e ao filme de Spike Jonze, "Her". Vencedor do Prêmio Fipresci em Berlin 2016, "Aloys" é uma fábula sobre a depressão e a solidão nos grandes centros. Tobias Nölle disse que quiz fazer esse filme para fazer uma crítica à sociedade moderna, voltada para o egocentrismo e a cultura do Self, fazendo com que as pessoas se tornem cada vez mais egoístas e solitárias. Aloys e seu pai são detetives particulares. Ambos gravam vídeos para os seus clientes, registrando o cotidiano de pessoas comuns. Quando o pai de Aloys morre, ele se sente solitário e sem vontade de sair de casa, intensificando a sua extrema timidez e aversão à sociedade. Ele passa o dia todo assistindo às fitas gravadas para seus clientes, e com imagens também de seu pai em sua rotina. Um dia, ao retornar de ônibus, ele acaba dormindo, e quando acorda, percebe que suas fitas e filmadora foram roubadas. Uma mulher misteriosa liga para ele e faz uma chantagem: para que ela possa devolver as fitas, ele propõe um jogo apelidado de "Telefone andante". Nesse jogo, a pessoa tem que narrar uma situação, e a pessoa do outro lado precisa imaginar estando fisicamente ali na situação narrada. "Aloys" encanta e comove pela sua melancolia e seu senso de fantasia. As imagens fictícias, recriadas tanto por Aloys quanto pela mulher, intensificam a sensação de depressão, e nos deixa atônitos e torcendo por ambos os personagens. A cena da festinha na casa de Aloys é antológica, quando ele se imagina feliz com a "voz" materializada em uma vizinha depressiva, e com todas as poucas pessoas que ele conhece na vida ali presentes. Ótima perfomance de todo o elenco, e uma fotografia deslumbrante que intensifica essa tristeza sem fim dos personagens. Direção sublime e criativa de Tobias Nölle.

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