domingo, 27 de novembro de 2016

E sua mãe também

"Y su mamam tambien", de Alfonso Cuarón (2001) Escrito e dirigido pelo cineasta mexicano Alfonso Cuarón, um dos mais prestigiados diretores latinos em atividade em Hollywood, "E sua mãe também" é um extraordinário filme que possibilita várias leituras. Temos o filme que narra a história de Tenoch (Diego Luna), Julio ( Gael Garcia Bernal) e Luisa ( Maribel Verdu). Eles, 2 adolescentes sedentos de sexo, filhos da burguesia, alheios a tudo o que acontece em seu País. Ela, uma mulher casada com o primo de Tenoch, mas por conta de traição dele, ela topa passar uns dias com os garotos em uma praia paradisíaca, chamada de "Boca do céu". Temos também um outro filme, que é o apresentado pelo narrador: ele conta histórias do passado e do futuro dos personagens e de anônimos que os cercam, de forma brilhante. E temos o filme que é visto em segundo plano: enquanto acompanhamos os 3 aventureiros por um road movie, vemos como pano de fundo as mazelas de um México que continua pobre e preso a muitas tradições, além de envolvimento com traficantes e policiais. Nada disso altera a rota dos nossos heróis, como se esse lado negro do País não fizesse parte de seu mundo. A direção de Cuaron é brilhante: na marcação em cena, na direção dos atores, nos inúmeros planos-sequências que percorrem o filme em apresentação metódica. A fotografia e a câmera de Emanuel Lubezki, que contribui em todos os projetos de Cuaron, impressiona pelo vistuosismo, e isso não é nenhuma novidade, para quem ja o acompanha nos filmes de Inarritu e de Terrence Malick. Os 3 atores principais estão totalmente entregues aos personagens, fazendo uso dos corpos em cenas de nudez e sexo, quase explícitos. Um filme que quando acaba, continua martelando em nossas mentes, muito mais pela melancolia dos fatos narrados, mesmo que o humor constante do filme nos contagie em sua alegria e informalidade. Obrigatório. O filme ganhou mais de 37 prêmios internacionais.

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