segunda-feira, 14 de novembro de 2016

King Cobra

"King Cobra", de Justin Kelly (2016) Cinebiografia sobre o assassinato do produtor de filmes pornôs gays Bryan Kocis ( Christian Slater), morto em 2007 em San Diego. O filme narra a história de Brent Corrigan (Garrett Clayton), astro pornô gay que entrou na pornografia aos 17 anos de idade, agenciado por Bryan Kocis. Bryan enganou Brent por muito tempo, ficando rico às suas custas. Quando Brent resolve romper o contrato, Bryan o ameaça. Brent vai tentar trabalho com outras produtoras, mas todas se negam, até que ele chega em Joe ( James Franco), produtor de filmes gays que pensa em ficar rico com Brent. Mas Bryan impede de Joe usar o nome artístico de Brent Corrigan, o que seria um desastre financeiro. Joe e seu namorado Harlow, também ator pornô, resolvem assassinar Bryan. O que mais me chamou a atenção nesse filme produzido por James Franco, é o seu casting. Boa parte do elenco é formado por atores que acabaram surpreendendo o público ao interpretar personagens controversos, diferente de quase tudo que fizeram na sua carreira. Christian Slater e James Franco interpretam cenas de sexo com outro homens, beijam. Garrett Clayton é um ex-astro de filmes da Disney, que aqui rompe totalmente com o seu passado teen, protagonizando cenas quentíssimas. Alicia Silverstone e Molly Ringwald, musas do cinema teen dos anos 80 e 90, aqui interpretam respectivamente a mãe de Brent e a irmã de Bryan, em papéis totalmente distante de tudo que fizeram. Filmes que falam sobre astros pornôs tendem a ser bem pudicos em relação ao seu material original. Quando "Linda Lovelace" foi lançado, muitos criticaram a caretice do filme. Aqui em "King Cobra"não fica diferente. Tudo foi pensado para não chocar demais os espectadores e fãs dos astros, mesmo que em uma cena James Franco queira simular um sexo anal, talvez em sua cena mais visceral até hoje. O filme tem um ritmo arrastado, o roteiro não empolga tanto quanto deveria, caminhando por uma narrativa bem didática. Faltou um elemento importante para esse filme, que tem um público alvo: tesão. Tudo é filmado de uma forma fria, distante. A trilha sonora eletrônica tenta ajudar a criar uma dinâmica, mas mesmo assim não cria expectativas o suficiente para tornar o filme mais interessante. Fica somente a curiosidade de saber a história perversa de pessoas que buscaram o estrelato e a fama, mas acabaram se perdendo em meio a tantos tabus e ciúmes, profissionais e pessoais. O filme foi exibido no Festival de Tribeca 2016.

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