sábado, 24 de dezembro de 2016

O que está por vir

"L'avenir", de Mia Hansen Love (2016) Terceiro filme dirigido por Mia Hansen Love, que ganhou o prêmio de Direção em Berlim 2016, "O que está por vir" é um lindo drama que fala sobre recomeço. Baseado em história autobiográfica, a cineasta e roteirista Mia Hansen Love bota à prova questionamentos acerca os sonhos e desejos que não se concretizaram. Nathalie ( Isabelle Huppert) é casada a 25 anos com Heinz. Ambos são professores, ela de filosofia para uma turma de ensino médio. Pais de 2 filhos, aparentemente uma família feliz. A mãe de Nathalie é possessiva e depressiva e exige a presença da filha o tempo todo. Nathalie ainda escreve livros sobre ensaios filosóficos , que são publicados por uma editora. Ex esquerdista, Nathalie acredita que o sonho acabou, e por isso, questiona o movimento estudantil que tenta fazer greve aonde ela leciona. De repente, o mundo de Nathalie desmorona: sua mãe é internada, seu marido anuncia que está com uma amante mais jovem, a editora não quer mais publicar seus livros. Com tudo despencando, Nathalie reage a tudo forte, diferente do que poderia imaginar. Isabelle Huppert, não escondo de ninguém, é minha atriz favorita. O seu brilhante trabalho aqui contém momentos antológicos de minimalismo: em uma cena ela chora , e no mesmo plano, ela sorri. é um momento de extrema beleza. O filme, de forma melancólica, fala sobre realizações que não se concretizaram, mas nem por causa disso, deve se dar a guerra como vencida. As discussões filosóficas de Nathalie com seus alunos, marido e ex-aluno Fabien são brilhantes. O filme também tem momentos de delicioso humor que vem embalando momentos patéticos nas relações familiares: Filha e mãe, mãe e dois filhos, esposa e marido e principalmente, de Nathalie com a gata Pandora. Outra cena antológica e hilária é de Nathalie quando ela vai ao cinema, e inadvertidamente, assediada insistentemente por um homem. Muita gente compara esse filme a "Elle", dirigido por Paul Verhoeven, pela coincidência da personagem ter um gato preto, pelo assédio masculino e pela solidão da personagem.

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