domingo, 19 de fevereiro de 2017

A mulher do lado

"La femme d'à côté", de Francois Truffaut (1981) Rever um filme de Truffaut deveria ser uma obrigação para Cinéfilos e estudantes de cinema. Entender a sua filmografia, as histórias que ele conta, o seu trabalho de direção de atores e sua mais que alardeada paixão pelo Cinema. "A mulher do lado", assim como em quase todos os filmes românticos de Truffaut, é uma historia de amor trágica. Truffaut raramente permite que os apaixonados tenham um final feliz. Assim como o personagem de Gerard Depardieu fala aqui no filme, "Toda historia de amor tem inicio, meio e fim". Com essa premissa, contamos a história de Mathilde (Fanny Ardant, mulher de Truffaut na época) e Bernard (Gerard Depardieu). Eles foram amantes a 8 anos atrás, mas o temperamento violento e ciumento de ambos os afastou. Agora, o destino os aproxima de novo. Cada um deles casado e com filho. Mathilde se muda com seu marido e filho para uma casa e ela descobre que quem mora ali é Bernard. Logo, eles marcam encontro amorosos, que vão se tornando cada vez mais doentios e destrutivos para ambos. O filme começa com a narração de uma das personagens, Odile, uma senhora dona de um clube de tênis e ela também sofrendo por amor. As cenas são marcadas com extrema elegância por Truffaut, que teve ajuda importantíssima na fotografia de William Lubtchansky e na trilha sonora de George Delerue. Com isso, o filme ganha um status dos grandes melodramas Hollywoodianos dos anos 50, principalmente os filmes de Douglas Sirk e os suspenses românticos de Hitchcock, de quem Truffaut é fã confesso. O roteiro, primoroso, deveria ser comprado por um casal de atores e montar urgente essa adaptação cinematográfica. E' ouro. Agora, sem querer ser cruel mas já sendo: há exatos 36 anos atrás, Gerard Depardieu era um galã absoluto da França. Como o tempo, ou ele mesmo, lhe fizeram mal danado.

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