sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Frantz

"Frantz", de François Ozon (2016) Eu sempre fui um grande admirador da filmografia de Ozon, um dos cineastas mais audaciosos e ecléticos da cinematografia francesa. Ele tanto pode dirigir um drama, quanto comedia, musical, sátira, fantasia. Sempre com elegância e glamour. Em "Frantz", Ozon dá voz ao melodrama. Refilmagem do clássico de Ernst Lubitsch de 1931, "Não matarás", o filme é ambientado no final da primeira guerra mundial. Na Alemanha, uma jovem viúva, Anna, leva diariamente flores ao túmulo do seu marido, Frantz, morto em combate. Um dia, ela encontra outras flores no túmulo de Frantz, e descobre que quem está deixando é um jovem frances, Adrien. Os sogros de Frantz ao descobrirem a existencia de Adrien o expulsam, ao contrário de Anna, que tenta entender o porque dele deixar flores no túmulo. Logo ela descobre que ele e Frantz eram grandes amigos em Paris, mas que na eclosao da guerra, se tornaram inimigos. Diferente da versao de Ernst Lubitsch, Ozon apimenta esse triangulo amoroso deixando no ar uma suposta relacao homossexual entre Frantz e Adrien. Por vezes, me lembrei de "Jules e Jim", de Truffaut, que tambem fala de um triangulo entre um frances, um alemao e uma francesa. Esse é o grande tema do filme, que também fala sobre culpa. Uma culpa tao violenta e avassaladora, que leva personagens a tentarem suicido. O filme eclode em melodrama, daqueles bem novelescos, mas sob a batuta de Ozon, tudo fica elegante. Ele é um grande esteta e eximio diretor de atores, aqui trabalhando com um elenco frances e alemao. Pierre Niney, que interpreta Adrien, tem aquela estranheza de Adrien Brody: nem feio nem bonito. Paula Beer também é uma ótima revelacao da Alemanha. Sao 2 jovens e talentosos atores que espero ver mais vezes em producoes europeias.

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