terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Mulheres do Século 20

“20Th century women”, de Mike Mills(2016) Escrito e dirigido por Mike Mills (Diretor de “Thumbsucker”, com Keanu Reeves, e ”Toda forma de amor”, com Christopher Plummer e Ewan Macgregor), “Mulheres do século 20” é um ambicioso painel sobre o papel da mulher no ano de 1979, através da historia de sua mãe, interpretada no filme por Annete Bening. Ambientado em Santa Barbara, California, no ano de 1979, Dorothea (Annete Bening, formidável) mora com o seu filho adolescente Jamie (Lucas Jade Zumann, de “A entidade 2”). Seu marido se mudou e para ajudar a pagar as contas, ela aluga os quartos de sua casa. Abbie (Great Gerwig, de “Francis Ha” é fotografa e acredita que tem um câncer. Willian (Billy Crudup, o jornalista em “Jackie”), é um mecânico de carros, ex-hippie e ainda faz cerâmicas artesanais. Jamie (Elle Faning, de “ O Demonio de Neon”) não mora na casa, mas passa todos os dias ali com Jamie, seu melhor amigo. Sentindo-se sem jeito para lidar com as angústias de Jamie, um adolescente questionador e inconformado com a vida, Dorothea pede ajuda para Abby e Jamie. Mas na verdade, o que todos esses personagens estão em busca, é de uma forma de poder lidar com suas vidas e relacionamentos, sejam eles familiares ou amorosos. “Mulheres do século 20” se passa durante o Governo de Jimmy Carter, do movimento negro ativista, do feminismo que chegou com força total, do auge dos “Talking heads” e outras bandas punks. O mais interessante é que o cineasta Mike Mills discute o feminismo através da personagem de Abbie, que tenta fazer com que Jamie e os outros leiam livros de cunho feminista, e isso provoca discussões entre Dorothea e Jamie, que acham que Abbie está indo longe demais. Os diálogos são primorosos, e além do mais, o formato criativo que Mike Mills desenvolveu a narrativa do filme, onde cada personagem narra o futuro e o passado de cada um deles, é excelente. Não `a toa, o filme foi indicado para o Oscar de melhor roteiro original em 2017. Uma pena que Annete Bening não tenha sido indicada ao Oscar, a sua atuação está excelente, alternando momentos de carinho, ódio, melancolia, tudo bravamente defendido. O que prejudica um pouco o filme é a sua longa duração, duas horas. São muitos personagens e muitos sub-plots, alguns com certeza poderiam ter sido eliminados ( as excessivas cenas de bar, por exemplo). A fotografia do filme valoriza bastante a região ensolarada da região litoranea. O filme tem uma vibe parecida com “Manchester a beira mar”, poreem sem aquele peso extremamente dramático do filme de Casey Affleck. O Desfecho do filme é bem emocionante, narrando a trajetória de cada personagem. A cena final, enfim, é uma linda reverencia ao cinema, em especial “ Casablanca”, e a essa mulher forte e criativa, que foi a mãe do Diretor Mike Mills.

2 comentários:

  1. Acabei de voltar do filme, fantástico!

    O Mike Mills é um mestre da estética a favor da narrativa,a fotografia, o figurino, a trilha sonora, tudo passa um tom agridoce de "realismo", gerando um misto de identificação e compaixão por esses personagens, uma experiência verdadeiramente catártica.

    Concordo na precisão dos diálogos, muito representativos da fase de vida de cada personagem (principalmente os da Dorothea).

    Também concordo que o modelo de recortes dá narrativa (um mosaico de acontecimentos nem sempre diretamente conectados), junto à longa duração do filme, podem levar à uma certa fadiga, mas senti que todas as cenas foram relevantes para a compreensão emocional do filme, mesmo que as vezes redundantes.

    Descobri a pouco tempo o blog, ótimo conteúdo!

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  2. É um dos melhores filmes de drama que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, a fotografia é impecável, ao igual que a edição. Considero que consegue o seu objetivo de nos informar e inclusive nos faz pensar sobre o tema. É um filme que agradara a todo o público. Adorei as criticas do filme, obrigado por compartilhar.

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