quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Pulse

"Kairo", de Kiyoshi Kurosawa (2001) Diretor de filme de gênero, Kiyoshi Kurosawa aposta todas as suas fichas em filmes de suspense. Foi assim no recente "Creepy", e em "Pulse", seu mais famoso filme, lançado em 2001 e refilmado nos Estados Unidos em 2006. O filme narra a história sobre estranhos acontecimentos que estão acontecendo com moradores de Tokio. Acompanhamos duas histórias paralelas: Kawashima, um jovem que trabalha em uma empresa de computação, acessa a internet. Uma página surge do nada e pergunta se ele quer ver Fantasmas. Na outra história, Michi é uma jovem que trabalha em uma floricultura. Um de seus colegas de trabalho se suicida, mas deixa para trás um disquete. Quando as pessoas acessam o disquete, enxergam figuras estranhas na tela do computador. A partir dai, pessoas vai se suicidando, e o mundo vai entrando em um enorme caos. Os sobreviventes precisam descobrir o que está acontecendo. "Pulse" tem grande referencia de "O chamado". Mas o desenvolvimento é diferente. Aqui, o grande tema trabalhado metaforicamente por Kiyoshi Kurosawa, que também escreveu o roteiro, é falar sobre a solidão na grande cidade e a falta de solidariedade. Por conta disso, as pessoas vão ficando depressivas e se matam. Quem torna as pessoas depressivas são os espíritos que habitam o mundo virtual. A teoria do filme é que são bilhões de espíritos mortos, e já não há mais espaço para eles ficarem. Dai, precisam invadir um outro universo, no caso, o nosso, e a porta de entrada seria o acesso a internet. O filme é bastante inventivo e tem uma atmosfera muito interessante, de apocalipse. Os atores são ótimos ( os atores japoneses parecem que nasceram para fazer filme de terror) e a direção de Kiyoshi Kurosawa investe bastante no silencio e no tempo cinematográfico. O problema de Kiyoshi Kurosawa e que em todos os seus filmee, é que ele estica demais a narrativa Em "Pulse", são 2 horas de filme. Seria possível contar essa mesma historia com meia hora a menos, mas Kurosawa quiz contar varias sub-historias, deixando mais claro o quanto as pessoas estão solitárias e tristes. De qualquer forma, um belo filme, triste e melancólico, que faz pensar. Um feito para um filme de gênero.

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