quinta-feira, 9 de março de 2017

Kong- A ilha da caveira

“Kong- A ilha da caveira”, de Jordan Vogt-Roberts (2017) Curioso o caminho de um cineasta mega independente como Jordan Vogt-Roberts, que tinha no currículo 2 filmes pequenos e baratos, e de repente, estar comandando um mega blockbuster como ”Kong-A ilha da caveira”. Com certeza, é preciso ter muito culhão para tal desafio. E em partes, foi bem realizado. Subvertendo a história original do filme “King Kong”, onde na segunda metade do filme ele era levado até Nova York para o desfecho no Empire States, esse novo filme acontece quase em sua totalidade na tal Ilha da Caveira, e ali termina. O filme começa com um breve prólogo que acontece no ano de 1944, e daí parte para 1973, quando os Estados Unidos perderam sua batalha no Vietnã. 2 pesquisadores procuram o Governo querendo que financiem uma missão até a misteriosa Ilha da Caveira, localizada no Pacífico. Para convencer o financiamento, eles alegam que os russos podem chegar ali primeiro e serem pioneiros na descoberta de curas para doenças e outras possibilidades. Assim, um grupamento militar vai até lá nessa missão. Os soldados que estariam de volta para a sua casa nos Estados Unidos, recebem essa última missão. Eles se encontram na Tailandia, e de lá partem para a Ilha. Entre eles, o mercenário James Conrad (Tom Hiddleston), a fotógrafa Weaver (Brie Larson) e o General Packard (Samuel L Jackson). No elenco, também temos John C Reilly no papel de Hank, sobrevivente de 1944, e Bill (John Goodman), um dos pesquisadores. Ao chegarem na Ilha, se deparam com monstros pré-históricos e o Rei de todos, o grande macaco King Kong. Como filme de ação, o filme funciona bastante. O cineasta Jordan Vogt filma as cenas com muita estilização na fotografia e na textura, e com ótimos enquadramentos. Os efeitos são muito bons. O que faltou foi ritmo e clima de tensão. O roteiro deixa bastante a desejar, com desdobramentos óbvios e alguns bastante irritante. Os personagens também são mal desenvolvidos. A quantidade de personagens é tão grande, que acaba que fica tudo pulverizado. John Goodman está absurdamente mal aproveitado. A personagem da fotografa é uma louca: no meio de tantas mortes, ela fica ali, tirando foto, como se estivesse tudo lindo e maravilhoso. Samuel L Jackson tem um personagem ridículo e muito irritante em sua obviedade. E Tom Hiddleston tenta dar um charme a La Indiana Jones ao seu mercenário, mas faltou o carisma que eternizou Harrison Ford. As referencias a “Apocalipse now” são muito gritantes e escancarados. Inclusive o personagem James Conrad tem o sobrenome do autor de “No coração das trevas”, Joseph Conrad, livro que deu origem ao filme de Coppola. Quer saber mesmo quem é o melhor em cenas e mais carismático? Kong!!! A gente acaba torcendo bastante por ele.

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