sexta-feira, 3 de março de 2017

Mercuriales

"Mercuriales", de Virgil Vernier (2014) Drama experimental e intimista, é o filme de estreia do diretor francês Virgil Vernier. Na periferia de Paris ( não existe a Paris de cartões postais, e sim a Paris dos desiludidos e marginalizados) existem os prédios Gêmeos Lea Mercuriales, uma espécie de World Trade center localizada no subúrbio. Ali nesse moderno prédio trabalham Lisa e Joana como recepcionistas. Inconformadas com o trabalho e com um sonho de fazerem algo que gostem, elas enfrentam a realidade que as puxa para um poço sem fundo. O filme trabalha com muitas metáforas e muita coisa com certeza mereceria uma segunda revisão para tentar ser melhor esclarecido. Existe um simbolismo na questão do duplo: as torres gêmeas, e as duas personagens totalmente idênticas em fisionomia, voz e inconformismo. Elas se conectam de imediato. Penso que poderia ser uma alusão à tentativa de uma unificação pacífica e harmoniosa por parte da Europa: uma delas vindo de Moldavia, pais entre a Romênia e a Ucrânia, tentando se adaptar e ser bem recebida em Paris. Existem cenas isoladas excelentes com diálogos primorosos que serviriam para excelente cenas de teste para atores: a discussão machista e religiosa entre um muçulmano e uma das meninas, que fica incomodado com a roupa que ela usa, a cena totalmente improvisado e genial entre as crianças, mostrando uma erotização precoce ( as crianças são todas excelentes) Li numa resenha que as protagonistas não são atrizes , isso justifica a narrativa solta que o filme tem. É um filme para Cinefililos com linguagem não linear. No geral achei interessante, mas prefiro ficar com cenas isoladas em mente. Fotografia colorida e pop, trilha sonora com sintetizadores. O filme me lembrou bastante da obra prima tcheca " Pequenas margaridas" que fala sobre feminismo, inquietação e inconformismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário