quarta-feira, 5 de abril de 2017

Rules don't apply

"Rules don't apply", de Warren Beatty (2016) Quase 20 anos depois de seu último filme ( "Politicamente incorreto", de 98). Warren Beatty dirige, escreve, produz e protagoniza "Rules don't apply", um romance ambientado na Hollywood dos anos 50, com o magnata e excêntrico Howard Hughes como personagem principal (interpretado por Beatty). O filme foi um grande fracasso, tendo custado 27 milhões de dólares e faturado menos de 4 milhões. O Oscar o ignorou por completo, mesmo como uma ficha técnica excelente (fotografia, direção de arte e figurino de altíssimo nível). O filme narra uma historia de amor impossível entre uma jovem atriz em busca de um lugar ao sol, Marla (Lilly Collin), que chega em Hollywood acompanhada de sua mãe (Annete Bening). Elas são religiosas da Igreja batista e procuram evitar ao máximo os excessos da vida mundana do cinema. Marla foi convidada por Howard Hughes para uma audição, e mora em uma mansão, com direito a um motorista particular, Frank ( Alden Ehrenreich). Logo Marla descobre que existem outras 30 atrizes bancadas por Hughes disputando o mesmo papel. Hughes proíbe qualquer envolvimento amoroso entre os seus funcionários, mas mesmo assim, Marla e Frank se apaixonam, mas seguem esse amor de forma platônica. Após o grande sucesso de "O aviador", de Scorsese, com Leonardo di Caprio interpretando com maestria Howard Hughes, fica difícil enxergar Warren Beatty interpretando o mesmo personagem. Sem carisma, o seu Hughes torna-se uma figura extremamente antipática. Mesmo problema tem Lilly Collins, atriz desprovida de charme e encantamento para um papel tão romântico. Mesmo com um super elenco, que inclui Mathew Broderick, Martin Sheen, Ed Harris, Paul Sorvino, Alec Baldwin, todos parecem estar no automático. Só quem se sobressai é Alden Ehrenreich, um jovem talento que provou seu ótimo ator e bastante versátil em "Ave, Cear", dos irmãos Coen. Ele confere dignidade e carisma ao seu personagem, mas o roteiro, extremamente burocrático, torna tudo bastante enfadonho. Uma pena, pois o tema de Hollywood sempre me interessa. Longo e sem sal.

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