sexta-feira, 29 de setembro de 2017

24 semanas

"24 wochen", de Anne Zohra Berrached (2016) Co-escrito e dirigido pela Cineasta alema Anne Zohra Berrached, "24 semanas" ganhou um Premio especial no Festival de Berlin 2016, onde ele competia oficialmente. O filme é um drama que discute um tema polemico: o aborto a partir do 6o mês de gravidez. Na Europa, é permitido abortar até o 6o mês de gravidez, uma vez que o feto ainda não tem consciência nem sente dor. Em alguns casos, de malformacao ou tipo especifico de doença, é possível abortar em prazos maiores do que o 6o mês. Astrid (Julia Jentsch, excepcional), é uma famosa comediante de sucesso, casada com o publicitário Markus. Eles vivem felizes, um típico casal bem sucedido. Eles tem uma filha pequena, e Astrid está grávida. No entanto, em um exame de utrassom, o casal descobre que o filho é portador da síndrome de down. Astrid reage mal, mas com o tempo, ela e o marido aceitam a idéia de assumir o filho, mesmo que familiares sejam contra. No entanto, para infelicidade de ambos, o bebe também possui uma doença coronária que fará com que ele precise ser operado do coração assim que nascer, não havendo garantias de que a operação seja bem sucedida. O casal precisa decidir mais uma vez se abortam ou não a criança. A grande sacada do roteiro é fazer da protagonista uma comediante de sucesso. Assim, o filme apresenta esse contraste entre momentos de extrema felicidade no palco, entretendo seu público, e a sua tragédia pessoal, assim que segue para as coxias. O filme não quer julgar os atos de sua protagonista. A história impõe situações que tornam a sua decisão uma verdadeira tragédia emocional. A performance de Julia Jentsch é brilhante, pois ela abrange muitas mascaras: alegria, tristeza, depressão, frustração, desespero, desamparo. Não é um filme fácil de se assistir: além do ritmo lento, a sua história com certeza trará reflexões sobre o tema do aborto.

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