sábado, 9 de setembro de 2017

Clash

"Eshtebak", de Mohamed Diab (2016) Co-escrito e Dirigido pelo Cineasta egípcio Mohamed Diab, "Clash" venceu inúmeros prêmios e concorreu em Cannes na Mostra "Quinzena dos realizadores" em 2016. A sua estrutura narrativa lembra bastante a do filme israelense "Lebanon", onde tudo acontecia dentro de um tanque pelo ponto de vista dos soldados. Agora, em "Clash", a câmera nunca sai de um camburão da policia. O filme acontece durante os eventos da rebelião em junho de 2013, quando o Pais estava dividido em 2 pólos: o grupo a favor dos militares no Governo, e os que apoiavam a irmandade Islâmica no Poder. Manifestantes dos dois grupos e outros sem uma característica política definida são confinados dentro do tanque por policiais. Sofrendo por igual, as pessoas precisam enfrentar as suas diferenças políticas, sociais, de gênero e religiosas. O filme dá uns pequenos flashes de que é possível acreditar na raça humana, mas logo descamba para o que o homem sabe fazer de melhor: raciocinar usando a violência bruta, agindo como bichos. Com essa mensagem triste, o cineasta Mohamed Diab realiza um filme fantástico, um verdadeiro tour de force de elenco e de técnica, já que tudo acontece dentro de um camburão apertado onde se encontram umas 20 pessoas. Fiquei imaginando o câmera tentando enquadra as pessoa,s os eventos que acontecem do lado de fora, confinado naquele espaço mínimo. O roteiro é primoroso, angustiante e que faz refletir sobre a insanidade que rege o mundo. E que atores fantásticos! Li que o diretor ensaiou durante 6 meses com os atores em um mock up do camburão para poder ver o que dava certo e termos de construção de personagens e de técnica, e que muita coisa foi adaptada depois disso. Uma aula de cinema.

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