domingo, 17 de setembro de 2017

Columbus

"Columbus", de Kogonada (2017) Produção independente americana dirigida e escruta pelo sul coreano Kogonada, tem no cinema de Yasujiro Ozu a sua maior influência. No entanto, isso não impede que esse premiado drama tenha o ritmo tão arrastado que pode provavelmente provocar tédio em boa parte dos espectadores. Protagonizado por John Cho, o oficial Sulu da franquia "Star Trek", o filme fala sobre relação país e filhos, vistos pelo prisma da arquitetura de uma pacata cidade de Indiana, Columbus. Jin (John Cho) sai de Seul, aonde mora, para Columbus para visitar seu pai, arquiteto renomado, que passou mal dias antes de sua palestra na Universidade local. Ambos não se falavam há anos, e nesse processo de incomunicabilidade, Jin meio que se recusa a visitar o pai no hospital. Ele reecontra Eleanor (Parker Posey, musa de Hal Hartley), assistente e namorada de seu pai, que tenta dissuadi-lo a se reconectar com o pai. Jin conhece a guia turística Casey (Haley Lu Richardson), uma jovem formanda em arquitetura, que cuida de sua mãe viciada em drogas e sonha em trabalhar na arquitetura. Muito pouco acontece durante o filme. Em pequenas, mas pequenas ações, o filme vai seguindo seu rumo, até um desfecho meio óbvio. Confesso que essa homenagem a Ozu me cansou, pois o próprio Ozu, por mais que tivesse um ritmo lento e contemplativo, trazia humanidade aos seus personagens, era impossível não se apaixonar por eles. Aqui, existe uma frieza no comportamento de todos, que me fez ficar quase nada conectado com o destino de cada um deles. Ozu não tinha medo nem vergonha de trabalhar com o melodrama. O que realmente vale a pena aqui, são os belos planos pillow shots", comuns na narrativa dos filmes de Ozu, que são os planos de paisagem morta para intensificar as emoções dos personagens. O filme foi exibido em diversos festivais, incluindo Sundance.

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