quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Açúcar

"Açúcar", de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira (2017) Dirigido e escrito pela mesma dupla do ótimo "Amor, plástico e barulho", "Açúcar" tem sido comparado por parte da critica ao filme de terror americano " Corra!", por conta da denuncia contra o racismo, usando um filme de gênero como fio condutor. E' um filme bastante complexo e simbólico para ser descrito. Maria Bethania (Maeve Jenkings) chega em um engenho pertencente `a sua família por décadas. Ela herdou o terreno, que tem parte dele invadido por uma comunidade negra formada por ex-empregados da fazenda. Ao contratar Alessandra, uma jovem negra, para trabalhar como empregada em sua casa, Bethania passa a conviver com os fantasmas do passado. Até que sua Tia paulista, Branca (Magali Biff) chega para passar uns dias com ela. Realidade e fantasia se misturam em situações eróticas e místicas. O filme tem um hermetismo que vai encher os olhos de cinéfilos que buscam metáforas em tudo, principalmente em temas como religião, racismo, e luta de classes sociais. Para o espectador comum, é um filme de difícil assimilação. O ritmo é bastante lento, mas brindado por uma linda fotografia que mescla olhares realistas com a magia dos contos de fadas macabros. O desfecho fica totalmente em aberto para cada um interpretar como bem entender. Maeve se entrega a uma performance visceral, incluindo uma cena de masturbaçao onde ela usa a terra como elemento erótico.

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