quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Gabriel e a montanha

"Gabriel e a montanha", de Fellipe Barbosa (2017) O jovem economista Gabriel Buchmann, estudante da Puc, foi encontrado morto aos 28 anos no cume do Monte Mulanje, no Malawi. A data foi 17 de julho de 2009, quando ele desapareceu ao escalar a montanha, e seu corpo foi encontrado 17 dias depois. O filme, dirigido brilhantemente por Fellipe Barbosa ( de "Casa Grande"), retrata os 70 últimos dias de vida de Gabriel, já na Africa. Descobrimos que Gabriel tirou um ano sabático para viajar pelo mundo, e a última parada foi a Africa, antes de voltar para casa. Gabriel quer se especializar na pobreza do terceiro mundo, e por isso mesmo, é sacaneado pelos seus colegas da Puc, que o chamam de "Pobrólogo". Durante a trajetória, descobrimos as varias facetas de Gabriel ( em performance arrebatadora de João Pedro Zappa), que ao mesmo tempo que aparenta ser simpático e carismático, mostra seu lado intempestivo, arrogante e bipolar. O filme procura fazer a gente entender as razoes de Gabriel ter subido a montanha sozinho, sem guia. Para isso, a narrativa mescla linguagem ficcional e documental, com algumas pessoas reais interpretando a si mesmos. O filme foi um tour de force de realização: a equipe e elenco fez a trajetória real de Gabriel. Talvez por conta disso, o filme tenha ficado longo ( mais de 130 minutos). Em Cannes, o filme ganhou dois prêmios especiais. A destacar, a linda fotografia de Pedro Sotero e a trilha sonora. composta por ritmos africanos. Impossível não comparar o filme a "Na natureza selvagem", de Sean Penn.

Nenhum comentário:

Postar um comentário