domingo, 15 de outubro de 2017

Roda gigante

"Wonder wheel", de Woody Allen (2017) Nós, fãs assumidos do Mestre Woody Allen, tendemos a ser condescendentes nos filmes médios do Cineasta. Mas aqui, a verdade pura e absoluta, é que estamos diante de um dos grandes filmes dele, comparável ao naipe do recente "Blue Jasmine", que deu o Oscar de atriz a Cate Blanchett. Na decadente Cone Island de 1950, Ginny ( Kate Winslet, extraordinária), uma ex-atriz fracassada, mora com seu atual marido, o bêbado e condutor da Roda gigante Humpty (James Belushi, em grande forma). Ela tem um filho pequeno do 1o casamento, Richie, que tem hábito de provocar incêndios criminosos. Ginny trabalha como garçonete para ajudar a sustentar a casa, e lamenta a sua vida infeliz. Ela acaba se tornando amante do jovem salva vidas Mickey (Justin Timberlake), que sonha em se tornar um poeta e acende de novo a chama da atuação em Ginny. Mas a chegada inesperada da filha de Humpty, Carolina (Juno Temple, excelente), fugida de um casamento com um gangster, fará com que as trajetórias de todos tenha uma virada inesperada. Tudo chama atenção aos olhos e ouvidos do espectador: A fotografia exuberante e mágica de Vittorio Storaro; a trilha sonora composta com o melhor do Jazz, se encaixando perfeitamente `as cenas; a performance de todo o elenco, com protagonismo absoluto para Kate Winslet, merecedora de ganhar todos os prêmios que vierem; e um roteiro repleto de diálogos que nos fazem refletir sobre a alma humana, sua sordidez, mesquinharia e sonhos desfeitos. A marcação de cena , em planos-sequencia absolutamente geniais, torna essa experiência de assistir ao filme algo muito especial. Um trabalho incrível que alia técnica `a atuação. Isso tudo confere um ar teatral, com o melhor dos sentidos, `as cenas, permitindo ao ator proporcionar tudo de si em termos de emoção. Na fotografia, na mesma cena, vemos mudança de cores, retratando os sentimentos, variando de azul, amarelo e vermelho. A casa dos personagens, construído em estúdio, permite a marcação das cenas, com movimentos de carrinho suaves e que acompanham os personagens no cenário, e no exterior, dando um ar de magia e encantamento, para um conto de fadas absolutamente infeliz. Obra-prima.

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