sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Antiporno

"Antiporno", de Sion Sono (2016) Em 2016, o estúdio japonês Nikkatsu comemorou 45 anos de existência. Em 1971, `a beira da falência, ela resolveu produzir softporns, chamados de "Roman porno". Foram produzidos mais de 1000 filmes em quase 20 anos de produção. Os filmes seguiam uma espécie de Dogma: mesmo orçamento, período de filmagem. Como parte da comemoração, foram produzidos 5 longas homenageando essa estética e temática. "Antiporno" foi o primeiro dos filmes a ser produzido. Dirigido pelo cultuado Cineasta SIon Sono, o filme é uma experiência bastante bizarra e experimental. Eu mesmo sou um grande fã de seu cinema ( Noriko's dinner table", "Tokyo Tribe", "Suicide club" são alguns de seus melhores filmes.) No entanto, aqui em "Antiporno", Sono exagerou demais na dose. Não consegui apreciar essa obra, e desde o inicio eu já me sentia incomodado com a premissa. Quase todo rodado em um apartamento ( que descobrimos mais tarde ser um cenário de uma filmagem), o filme apresenta Kyoko, uma jovem escritora, que trata a sua assistente Noriko como uma escrava sexual, humilhando-a na frente de todo mundo. Logo mais, os papéis se invertem, quando descobrimos que era tudo uma filmagem e que na verdade, quem pratica humilhação é Noriko em Kyoko, pois a atriz que interpreta Noriko é uma grande estrela e humilha Kyoko por ela ser incompetente. As feministas vão tacar fogo nesse filme, pois ele reitera o papel da mulher como objeto sexual ( afinal, o filme homenageia um tipo de cinema porno realizado nos anos 70 e 80 onde não existia o politicamente correto. As mulheres eram submetidas a taras sexuais e vistas como objetos sexuais.) No final, Sono faz a sua protagonista expor um depoimento contra o cinema porno e a submissão da mulher, mas até lá, esse discurso não tem força alguma, pois passamos mais de 1 hora vendo todo tipo de bondage. Destaque para as atrizes que se dispuseram a se entregar aos personagens de forma visceral, em cenas de humilhação e nudez.

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