sábado, 20 de janeiro de 2018

A grande jogada

"Molly's game", de Aaron Sorkin (2017) Em primeiro lugar, uma pergunta: porque esse filme precisa ter 140 minutos? Meu Deus, cortassem 30 minutos desse filme e ele poderia ter sido mais interessante. Aaron Sorkin estréia na Direção nesse filme, mas ele também escreve a adaptação do livro de Molly Bloom. Sorkin ganhou o Oscar de roteiro por "A rede social", mas foi responsável por alguns dos filmes mais chatos que vi na vida entre eles, "Moneyball". Não fosse o talento impecável de Jessica Chainstain, que carrega esse filme totalmente nas costas, esse filme teria sido uma chatice sem fim. Mas uma coisa Sorkin precisa levar mérito: ele, como poucos roteiristas, consegue escrever roteiros sobre temas dos mais técnicos possíveis, tentando converter em Cinema assuntos dos mais áridos possíveis. Eu particularmente não entendo nada de Poker. Mas não se preocupe se você não entende, você tem 140 minutos para pelo menos tentar entender que é um jogo de azar e que você pode morrer por isso. O filme é quase todo narrado, sinal de que Sorkin não acreditou que apenas os diálogos fossem o suficiente para contar a história. Todas as ações são explicitamente explicadas por Molly. Molly Bloom ( nome de personagem de "Ulisses", de James Joyce) é uma jovem que desde criança é induzida pelo seus pais a ser uma esquiadora e ganhar prêmios. ( Nisso, o filme se aproxima totalmente de "Eu, Tonya". O quanto que a protagonista sofreu nas mãos de pais carrascos.) Ao sofrer um acidente durante uma competição, ela fica proibida de continuar no esporte. Molly decide se mudar para Los Angeles e lá ela trabalha como garçonete, até que conhece o mundo do Clube do Poker , onde celebridades e milionários apostam alto. Aos poucos, Molly se torna uma organizadora de um Clube, e passa a ganhar muito dinheiro, até que é presa pelo Fbi. O elenco tem a participação de Idris Elba, no papel de seu advogado, e Kevin Costner, como o pai de Molly. Michael Cera interpreta um personagem inspirado em Tobey Maguire, conhecido em Hollywood por participar desses clubes e de ter introduzido Molly a muitos jogadores. O filme é bem dirigido, uma surpresa, em se tratando de filme de estréia. Mas é longo, chato, com um tema sem interesse para quem não curte jogatina. Quando o filme investe no drama familiar de Molly e seus conflitos, o filme se torna mais interessante. Bela fotografia da dinamarquesa Charlotte Bruus Christensen, de "A caça" e "Um limite entre nós".

Um comentário:

  1. Realmente vale esse filme! Sinceramente, é um dos melhores filmes de Idris Elba e Jessica Chastain. A Grande Jogada consegue algo fascinante: tem potencial para agradar quem gosta de Poker, mas também consegue atingir um público mais amplo e, o principal, é um cinema excelente. A história é daquelas que é tão incrível que só pode ser real e contada da forma que foi torna A Grande Jogada um dos melhores filmes da temporada. A montagem de A Grande Jogada é sensacional. Não é nada sutil, o que poderia ser um peso, mas alterna-se em vários momentos da linha temporal de Molly. Essa visão simultânea cria um estudo de personagem muito rico. O ritmo dá uma acelerada que condiz com a mente da nossa protagonista.

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