domingo, 21 de janeiro de 2018

Detroit em rebelião

Fetr
"Detroit", de Kathryn Bigelow (2017) A cineasta Kathryn Bigelow mais uma vez se une ao seu roteirista Mark Boal e dessa vez o tema é uma história real acontecida em Detroit no ano de 1967: no auge das rebeliões segregacionistas que varriam os Estados Unidos, 3 jovens negros foram mortos em circunstancias misteriosas dentro de um Motel em Detroit, durante uma invasão policial. Até hoje, não se sabe com precisão o que aconteceu de verdade, mas o filme se baseia em depoimentos dos sobreviventes. Ao contrário do que parece, John Boyega ( Finn de "Star Trek" não é o protagonista. Aliás, ele está bastante mal aproveitado no filme, que tem dezenas de personagens. Quem carrega o filme e tem um arco dramático que vai do inicio ao fim, é Larry, um postulante a cantor. E' com ele que o espectador se insere nesse clima de terror que se instalou em Detroit, com tiros, saques, revoltas populares e muita porradaria. Kathryn Bigelow é excelente Diretora, comandando a técnica e efeitos de filmes como poucos ( "Guerra ao terror", " A hora mais escura"). Mas aqui ela peca pelo excesso de estilo e uma falta de refinamento no roteiro. Sao muitos personagens, uma caricatura dos policias brancos que comandam durante mais de uma hora uma sessão de torturas interminável. Não havia necessidade desse filme tem 144 minutos! Muito longo, repetitivo, poderia ter rendido muito mais se tivesse pelo menos meia hora a menos. O desfecho, no tribunal, ficou sem empolgação. Bons atores, excelente reconstituição de época, fotografia foda. Mas dessa vez, faltou alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário