segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O touro Ferdinando

"Ferdinand", de Carlos Saldanha (2017) Adaptação do clássico livro de Munro Leaf, americano que o lançou em 1936, e que já teve uma primeira adaptação em um Curta da Disney, em 1938, e premiado com o Oscar da categoria. O Animador brasileiro Carlos Saldanha agora faz uma revisitaçao dessa obra, que na época do seu lançamento, foi visto como um libelo pacifista contra o avanço do poderio do General Franco na Espanha. Ferdinando é criado, junto de outros touros, em uma Fazenda chamada "La casa del toro". Lá, os touros são treinados para que possam posteriormente, lutar nas touradas. Mas Ferdinando é diferente: ele não quer lutar, e sim, cheirar as flores e pregar a amizade. Até que seu pai morre na tourada e Ferdinando, em um ato de desespero, foge, parando na fazenda da menina Nina. Lá, ele cresce, até se tornar um touro enorme e robusto. Mas por um infortúnio, Ferdinando acaba parando de volta nas touradas. O filme, ao contrário das outras produções de Saldanha, foi um fracasso nas bilheterias. O problema é que lhe falta ritmo e graça. As piadas não são tão engraçadas, os personagens forcam um riso que não sai. O roteiro ficou em um meio termo de um filme infantil para crianças pequenas, e um filme que agrade aos adultos: algumas cenas podem provocar certo temor nos pais ( o matadouro, lugar aonde os touros mais fracos acabam indo) e mesmo a tourada, onde luta-se de espadas e armas cortantes. Os personagens coadjuvantes são muito ingénuos, e fica difícil fazer os adultos rirem. E' uma pena, pois o filme tem um colorido e uma visão sobre Madrid muito bonita ( eu considero esse filme um "Madrid", na mesma linha de "Rio", outro filme de Saldanha.) Uma curiosidade: em determinada cena, existe um produt placement do Guaraná Antarctica.

Um comentário:

  1. O filme é simplesmente perfeito! Eu esperava ver uma animação bem feita e uma estória até triste e melancólica, mas do início ao fim o tom é positivo. Pais e filhos vão adorar os personagens e aprender preciosas lições de otimismo consciente, de bondade e amizade, enquanto se divertem a valer. Uma ótima pedida para as férias, vale o ingresso e a pipoca da família inteira. Honestamente, é um dos melhores filmes de animação que vi no ano passado. Envolvente desde os primeiros minutos, a sensível estória leva a gente a pensar sobre como encaramos nossa vida. É muito fácil se identificar com os personagens e seus dramas, e o mais surpreendente é que há tanto bom humor que o peso do contexto (um touro que tem como destino uma tourada não é nada mais do que uma alegoria da humanidade rumando para o final inevitável da morte) permanece como uma leve ameaça constante porém sem dominar os sentimentos do espectador.

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