domingo, 14 de janeiro de 2018

Rifle

"Rifle", de David Pretto (2016) O Cineasta gaúcho David Pretto está acostumado com Prêmios em Festivais. Seu filme anterior, o documentário "Castanha", arrebatou várias conquistas, ao narrar a rotina de Joao Castanha, uma Drag de terceira idade do sul do País. Com "Rifle", David foi pro prestigiado Festival de Berlim. Depois, no Festival de Brasilia, em 2016, arrebatou vários prêmios, entre eles, de Melhor roteiro e som, além de um Premio da Abraccine de Melhor filme. Com um currículo desses era de se esperar que o filme fosse arrebatador. E talvez por essa expectativa, eu acabei me frustrando bastante. David trabalhou com "não atores". Não esperem atuações. Os "atores" atuam de forma totalmente naturalista, como se estivessem conversando com o vizinho sobre qualquer banalidade. O sotaque, um dos principais problemas do filme, torna a experiência de escutar o que os personagens estão falando algo impossível de se entender. O melhor então, é se apegar `a fotografia deslumbrante de Glauco Firpo, que tem tons de um grande faroeste americano épico. O filme se apega aos arquétipos do faroeste: Diones é um homem misterioso. Sem família, ele trabalha em uma fazenda de uma família pobre, e namora a filha do patrão. Sem qualquer ambição, Diones vai levando a sua vida rotineiramente. Um dia, porém, um rico fazendeiro vem propor de comprar as terras de seu patrão. Caso isso aconteça, todos perderão seus empregos. Diante dessa possibilidade, Diones surta, pega num rifle e resolve defender as terras de "inimigos". Dito assim, parece que vai ser um puta filme de ação. Mas não: David trabalha seu filme com um olhar documental, e o filme segue completamente sem ritmo, lento. Em apenas um momento, o filme recorre aos clássicos filmes de ação americanos, desses de atiradores: Diones pega no rifle e sai atirando em todos os carros que surgem pela estrada, atirando como um psicopata. Para se assistir ao filme, o espectador precisa ser bastante condescendente. No mínimo, vai achar curiosa a vida no campo gaúcho, onde não acontece quase nada. E talvez o filme acabe falando justamente sobre isso: o nada.

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